Casa-Estúdio Carlos Relvas - Golega
Na vila da Golegã, encontra-se este pequeno jardim que envolve a casa-estúdio, rodeado por uma grade, com entrada pelo largo D. Manuel I, em frente ao edifício da Câmara Municipal. O jardim é dominado por um denso património arbóreo que envolve um espaço clareira onde se encontra ao centro a casa-estúdio cuja fachada posterior, virada a nascente, dá diretamente para a rua. Aqui viveu Carlos Relvas (1838-1894), natural da Golegã, filho de abastados proprietários, que herdou a quinta do Outeiro onde hoje se inscreve este jardim. Quando se entra no jardim, sob as árvores, à esquerda existe um pequeno lago afundado e existem alguns pequenos percursos por caminhos, um cenário que permite vislumbrar o que seriam os jardins do Palácio Relvas, na Quinta do Outeiro.
Do primeiro casamento, Carlos Relvas teve quatro filhos,
entre eles José Relvas – importante figura republicana. Aquando do seu segundo
casamento, este seu filho exigiu partilhas e a parte da propriedade onde se
inscrevia a casa, o chamado palácio Relvas, foi vendida à câmara municipal que
aqui se instalou até que um incêndio em 1957 a destruiu. José Relvas mudou-se para Alpiarça onde
construiu a Casa dos Patudos e Carlos Relvas e a sua mulher adaptaram o estúdio
de fotografia a casa.
Carlos Relvas foi um pioneiro da fotografia, membro da
Sociedade Francesa de Fotografia, construiu na quinta um primeiro atelier que,
em 1876, deu lugar ao edifício que hoje conhecemos e também referido como
‘templo da fotografia’. O edifício de dois pisos tem uma notável estrutura em
ferro. No rés-do-chão funcionavam a receção e os laboratórios e o estúdio no
andar superior amplamente envidraçado foi o espaço então adaptado a residência.
Com a morte de Carlos Relvas, em 1894, a casa-estúdio ficou fechada e foi mais
tarde doada por uma filha à Câmara Municipal, incluindo um vasto espólio
fotográfico. A Câmara abriu-o ao público em 1981. Em 2003 foi sujeito a obras
de reabilitação e restauro tendo também o jardim sido alvo de uma intervenção.
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