O Mosteiro de São Bento da Saúde | História do Edifício


 

A criação do Mosteiro de S. Bento remonta a 1570 quando a Congregação Beneditina Portuguesa decidiu no seu 1º Capítulo Geral, em Tibães, criar dois novos mosteiros nas duas principais cidades, alargando assim a sua área de actuação. Até então a Ordem de S. Bento (OBS) estivera praticamente circunscrita a zonas rurais do Norte do País.
A reformulação da OSB e a criação de novos mosteiros surgem na sequência do Concílio de Trento e das alterações teológicas e litúrgicas dele decorrentes.
Em 1572 foi criado o Mosteiro de Nossa Senhora da Estrela, mas por ser considerado exíguo e demasiado afastado da cidade a partir de 1581 a OSB decidiu construir um novo mosteiro, para o que adquiriu duas quintas a Antão Martins e aos herdeiros de Luís Alter de Andrade

A construção iniciou-se em 1598 com a autorização do cardeal D. Henrique de acordo com o projecto do arquitecto régio Baltazar Álvares. A transferência dos monges do anterior mosteiro efectuou-se em 1615 e o Mosteiro de Nossa Senhora da Estrela, após um período de abandono, em 1632 passou a albergar o Colégio do Noviciado.
O novo edifício denominado Mosteiro de S. Bento, o Novo, da Saúde, ou dos Negros (também assim designado porque propriedade dos Frades Negros de Tibães e por envergarem hábito negro) tinha capacidade para 50 monges e consistia numa estrutura extensa, de planta quadrada, com quatro claustros – dois concluídos, um incompleto e um projectado – , igreja de nave única, capelas laterais, cripta, duas torres sineiras, sacristia, coro, livraria, sala do capítulo, portaria, hospedaria, cárcere, enfermaria, botica, dormitórios, barbearia, cozinha, refeitório, adegas, lagares, celeiro, forno, oficinas e cerca.

O mosteiro foi submetido ao longo da sua história a constantes alterações arquitectónicas e acrescentos, na sequência de grandes incêndios e do terramoto de 1755, época em que ainda não tinham terminado as respectivas obras de acordo com o projecto inicial e nem estava concluída a capela–mor. Outras modificações resultaram de adaptações a novos gostos e novos estilos arquitectónicos e decorativos.

O edifício do mosteiro, por ser demasiado vasto e em grande parte desocupado, teve a partir de então utilizações diversas tais como Arquivo da Torre do Tombo, a Patriarcal, hospedaria de bispos, “prisão”, Academia Militar, armazém dos despojos militares franceses e sepultura de muitos mortos, como o embaixador de Espanha.
Era um dos mais imponentes edifícios de Lisboa, apesar de nunca concluído, um mosteiro de grande prestígio a cujas cerimónias acorriam a corte e as grandes famílias da nobreza. A sua decadência tem início a partir do governo de Marquês de Pombal, e acentuada pelas Invasões Francesas e pelas Guerras Liberais culmina em 1834 ao serem extintas as ordens religiosas e as suas propriedades integradas nos bens do Estado.
Com o decreto real de D. Pedro IV, datado de Setembro de 1833, as duas Câmaras – Pares e Deputados – foram instaladas no edifício do Mosteiro de S. Bento que passou a designar-se Palácio das Cortes. O seu recheio foi nessa altura disperso e encontra-se actualmente em outras igrejas de Lisboa e em museus.


ALGUNS INTERIORES DO PALÁCIO DE SÃO BENTO – ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Átrio

Biblioteca

Claustro

Escadaria Nobre

Escultoras/Outros

Galeria dos Presidentes

Jardim Interior

Sala D. Maria II

Sala das Sessões

Sala de Visitas do Presidente

Salão Nobre

Sala dos Passos Perdidos

Sala do Senado






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