Vasco Morgado e Laura Alves
Vasco Manuel Veiga Morgado (Charneca da
Caparica, Almada, 19 de maio de 1924 — Campolide, Lisboa, 22 de novembro de
1978) foi ator e um dos grandes empresários teatrais de Portugal.
Biografia
Vasco Manuel Veiga Morgado nasceu em 19
de maio de 1924 na Charneca da Caparica, concelho de Almada, distrito de
Setúbal, filho de Cândido da Anunciação Ribeiro Morgado e de Maria Manuela de
Araújo Veiga Morgado.
Na juventude Vasco Morgado foi pugilista
amador e tendo sido futebolista nos juniores do Sporting Clube de Portugal mas
foi atraído pelo teatro e frequentou, sem concluir, o Conservatório
Com os primeiros capitais que obteve na
especulação do volfrâmio, investe com Constantino Esteves na produtora de
cinema "Cineditora" que apenas produziria duas películas: Ladrão,
Precisa-se!... (1946) e Heróis do Mar (1949).
Como actor de cinema Vasco Morgado
estreou-se em O Pai Tirano (1941) de António Lopes Ribeiro. participou ainda em
filmes como Ladrão, Precisa-se!... (1946), Capas Negras (1947), Heróis do Mar
(1949), Sonhar é Fácil (1951) e Os Três da Vida Airada (1952).
Foi casado com a actriz Laura Alves, de
quem teve o seu único filho, o também empresário teatral Vasco Morgado.
A ligação com a actriz foi o ponto de
partida, no final da década de 1940, para Vasco Morgado se tornar empresário de
teatro, estreando no Teatro Apolo a revista Enquanto Houver Santo António
(1950).
Como empresário teatral foi responsável
pela produção de mais de mil espectáculos, tendo sido dinamizador de salas como
o Teatro Monumental, o Teatro Maria Vitória, o Teatro Capitólio ou o Teatro
Laura Alves.
Entre 1955 e 1973 foi o empresário que
mais apoios recebeu do Fundo do Teatro do Secretariado Nacional de Informação
sob diferentes denominações como "Espectáculos Vasco Morgado, Lda.",
"Empresa Vasco Morgado, Lda." ou "Produções Artísticas Vasco
Morgado, Lda.".[
Foi secretário e vice-presidente do
Grémio dos Espectáculos e membro do Conselho da Secção de Teatro, música e
dança da Corporação dos Espectáculos, em cuja qualidade integrou a Câmara
Corporativa entre 1969 e 1974, pelas entidades patronais, durante o Estado
Novo.
A 8 de março de 1973, foi agraciado com
o grau de Comendador da Ordem do Mérito.
Esteve também ligado à hotelaria e à indústria cerâmica sendo que em 1978 empregava, ao todo, milhar e meio de pessoas.
Morreu a 22 de novembro de 1978, aos 54
anos, na Casa de Saúde das Amoreiras, freguesia de Campolide, em Lisboa, vítima
de tumor maligno na coluna. Foi sepultado no cemitério do Monte da Caparica
Laura Alves Magno DmSE (Lisboa, São
Mamede, 8 de setembro de 1921 — Lisboa, São Jorge de Arroios, 6 de maio de
1986) foi uma atriz portuguesa.
Biografia
Nascida em 1921, no número 638 da Rua de
São Bento, em Lisboa. Nasceu efetivamente em 8 de setembro de 1921 (e não em
1927 ou 1923, como surge em muitos lados… ao contrário do que atestam o seu
registo na escola onde estudou, a sua ficha biográfica no Teatro Nacional Dona
Maria II, bem como o artigo "Laura Alves: o sorriso inesquecível", de
Maria João Duarte, na revista N 276, de Junho 2009, da Fundação INATEL).
Filha de Celestino Magno (Viseu, Rio de
Loba, 18 de junho de 1896 - Lisboa, Socorro, 24 de setembro de 1945) e de sua
mulher Mariana Alves (Lisboa, São Miguel, 15 de dezembro de 1895 - Amadora,
Reboleira, 23 de maio de 1988), frequentou a Escola Industrial Machado de
Castro e a Escola de Dança do Conservatório Nacional. Avós paternos, Alexandre
Magno e Encarnação de Jesus e avós maternos, Frederico António Alves e Ana
Maria de Jesus Júnior.
Antes da estreia profissional, já aos
três anos recitava, aos cinco entrava como "o miúdo" de uma peça
policial representada na Associação Recreativa Triângulo Vermelho (uma sociedade
de recreio da Rua de S. Bento de que o seu pai era sócio) e aos seis
representava, como amadora, no Grupo Dramático Lisbonense.
Estreou-se profissionalmente em 20 de
agosto de 1935, no Teatro Politeama, ainda com 13 anos, a 20 dias de fazer os
catorze, contracenando logo na estreia com o grande ator Alves da Cunha, na
peça "As duas garotas de Paris". Tirou a carteira profissional logo
depois, aos catorze anos, e passou do Politeama para o Teatro Nacional, onde
fez duas épocas, representando ao lado de Palmira Bastos, Álvaro Benamor,
Amélia Rey Colaço, Nascimento Fernandes, Maria Lalande, etc.
Viu o seu talento reconhecido
além-fronteiras, através da participação em diversos géneros (revista, opereta,
comédia e drama), sobretudo no Teatro Monumental, onde se fixou em 1951. No
cinema, salienta a sua interpretação em O Leão da Estrela, em 1947.
Daí até à sua morte somou muitos
sucessos. Ao longo da sua carreira interpretou cerca de quatrocentos
espetáculos.
Faz teatro radiofónico na RCP ao lado de
nomes como Rogério Paulo, Álvaro Benamor, Isabel Wolmar, Carmen Dolores, Paulo
Renato, Álvaro Benamor e Josefina e António Silva
Por tudo isto, seria muito redutor ficar
registada a sua passagem pelo cinema, muito mais conhecida do que a sua
carreira teatral por todos os nascidos na década de 1960 e posteriores, apenas
por não haver na RTP, ou nela não passarem, registos das muitas peças que fez,
e só passarem sucessivas repetições dos 3 filmes da década de 1940 em que
entrou (O Pai Tirano, O Leão da Estrela, O Pátio das Cantigas).
Morreu a 6 de maio de 1986, em Lisboa,
vítima de uma embolia cerebral. Foi enterrada no Cemitério dos Prazeres, não
longe do jazigo do grande ator António Silva, com quem partillhou rol em O Leão
da Estrela.
A 25 de maio de 2012, um incêndio
destrói o edifício que abrigava o Teatro Laura Alves, transformado então numa
pensão.
Vida pessoal
Retirada dos palcos em 1982, casou-se a
25 de agosto de 1948 com Vasco Morgado e a 18 de julho de 1979 com Frederico
Valério. Do primeiro casamento teve um único filho, Vasco Manuel Alves Veiga
Morgado, casado primeira vez com Maria Teresa Belo Botelho Moniz (1953), de
quem tem uma filha, Mafalda Cristina Botelho Moniz Morgado (Lisboa, São
Sebastião da Pedreira, 15 de junho de 1970), solteira e sem geração.
Posteriormente teve um filho, de uma relação com Vera Mónica, chamado Vasco
Lopes Morgado (31 de março de 1974), pai de dois filhos e uma filha. Casado
pela segunda vez com Amanda Jaine de quem tem um filho Filipe Morgado, e casado
pela terceira vez com Fernanda Morgado, de quem tem um filho João Nicolau
Morgado
Reconhecimento
A 21 de março de 1966, foi agraciada com
o grau de Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
Em 1986 foi homenageada como o filme
Laura Alves, Evocação de uma actriz, e também com a criação do Teatro Laura
Alves, onde Ivone Silva atuou pela última vez. Em 2001 foi homenageada no
Teatro Politeama.
Opereta As três valsas (1951 - Inauguração do Teatro Monumental,
o seu teatro, que existiu na Praça Duque de Saldanha), O homem que veio para
jantar (1952) A Sereia do Mar e da Terra (1952), A fera amansada (1952), Ela
não gostava do patrão (1953), opereta Maria da Fonte (1953), A menina feia
(1954), Casei com um anjo (1954), Perdeu-se Um Marido (1954), Crime Perfeito
(1954), Jogo de damas (1955), Sua Alteza (1955), comédia musical Toiros de
morte (1956), Atrás da porta (1956), A conspiradora (1956), Daqui fala o morto!
(1956), Quando elas se encontram (1957), A 8ª mulher do milionário (1957), Os
bebés (1957), Uma nora ideal (1958), A Rainha do Ferro Velho (1958), Um
Fantasma Chamado Isabel (1958), Gata em Telhado de Zinco Quente (1959), O Baile
(1959), Margarida da Rua (1960), Boa-Noite Betina (1960), O Apolo de Bellac (1961),
Criada Para Todo o Serviço (1962), Meu Amor é Traiçoeiro (1962), O amansar da
fera (1964), A idiota (1964), A Rapariga do Apartamento (1965), O Comprador de
Horas (1965), A Mulher do Roupão (1966), A Promessa (1967), A Flor do Cacto
(1967), Pobre Milionária (1970), Querida Mamã (1971), A menina Alice e o
inspector (1973), Adeus Valentina (1975), Aqui quem manda sou eu (1977), Um
Zero à Esquerda (1978 - esteve 3 anos em cena), Não Há Quem me Escape, Pai
precisa-se (1982) – a sua última peça. (Dados retirados da biografia
"Laura Alves – A rainha do palco", de Luciano Reis, e da Internet)
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